Por essa ninguém esperava! A busca por fontes de energia limpa e sustentável levou cientistas a procurar em lugar surpreendente: as penas das galinhas
Enquanto o principal papel das penas dessas aves é mantê-las aquecidas, agora elas estão no centro de uma revolução tecnológica que pode transformar a indústria de combustíveis. O segredo? A proteína queratina encontrada nas penas, que foi transformada em uma membrana capaz de conduzir prótons, essenciais para células de combustível.
O futuro da energia sustentável
Pesquisadores da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU), na China, e do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH), na Suíça, estão liderando essa descoberta surpreendente. Eles processaram as penas das galinhas para criar uma membrana extremamente fina que foi usada para montar células de combustível. Em testes iniciais, essa célula de combustível mostrou seu potencial, acendendo lâmpadas LED, alimentando pequenos ventiladores e até mesmo movendo um carrinho de brinquedo.
Uma abordagem ecologicamente correta
A produção convencional de membranas para células de combustível envolve o uso de produtos químicos tóxicos que não apenas são caros, mas também prejudiciais ao meio ambiente. Esses produtos químicos, conhecidos como “produtos químicos eternos“, não se degradam facilmente. Por outro lado, a membrana à base de queratina derivada das penas de galinha é ecologicamente correta. Ela é composta de material biológico e é criada em um processo sustentável que não emite dióxido de carbono, um dos principais vilões do aquecimento global.
Na foto de capa, o professor Ali Miserez, da Escola de Ciência e Engenharia de Materiais e da Escola de Ciências Biológicas da NTU, e o estudante de doutorado da NTU, Soon Wei Long, fazem parte de uma equipe de pesquisa conjunta que encontrou uma maneira de converter penas de galinhas em um material limpo e sustentável para construir células de combustível de desperdício zero.
Uma solução econômica e inteligente
Além de ser ecologicamente correta, a membrana de queratina também se destaca por sua acessibilidade. A indústria avícola produz grandes quantidades de resíduos de penas de galinha, tornando o material necessário para a produção dessa membrana até três vezes mais barato do que as membranas tradicionais. Isso significa que, no futuro, poderíamos ter células de combustível mais econômicas e ambientalmente amigáveis impulsionando uma variedade de dispositivos e veículos.
À medida que o mundo busca alternativas mais limpas e sustentáveis para atender às nossas crescentes necessidades de energia, as soluções podem surgir nos lugares mais inesperados, como as penas de galinha. Essa pesquisa ilustra como a ciência e a natureza podem se unir de maneira criativa para enfrentar os desafios energéticos do nosso tempo. Se as penas de galinha podem ser a chave para uma energia mais limpa e acessível, quem sabe quais outras surpresas a natureza nos reserva no futuro.
Outras inovações usando galinhas
E não pense você que essa é a primeira vez que os cientistas usam nossas amigas galináceas para fazer experimentos inusitados. Recentemente publicamos aqui no Agronews uma outra pesquisa que pretende desenvolver a comunicação com as galinhas. Estamos falando do “Tradutor de galinhas“, uma dessas surpresas mais recentes vindas diretamente do Japão, onde uma equipe de pesquisadores afirmam ter encontrado uma maneira de traduzir o cocoricó das galinhas com o uso da inteligência artificial. E para não ficar muito extenso este artigo, clique na imagem logo abaixo para ler a matéria completa.
Este é apenas um vislumbre do que o futuro nos reserva em termos de energia sustentável. Para mergulhar mais fundo nesta história incrível e descobrir como a tecnologia e a natureza estão moldando nosso futuro energético, fique de olho nas próximas descobertas e inovações. A energia limpa e sustentável é uma jornada em constante evolução, e as galinhas podem estar nos conduzindo a um futuro mais brilhante. A pesquisa foi divulgada pela NTU, clique aqui para ver a publicação.
Outras pesquisas realizadas pela Universidade Tecnológica de Nanyang podem ser vistas no vídeo abaixo. Aperte o play e confira!
Por Vicente Delgado – AGRONEWS®