E não é somente sobre sobre arrotos de vacas, a taxação será também sobre as ovelhas. Com isso, Nova Zelândia será o primeiro país no mundo a adotar este tipo de imposto
Segurem seus chapéus, pessoal! A Nova Zelândia, terra de paisagens deslumbrantes e ‘Hobbits’, anunciou uma revolução na cobrança de taxas que está repercutindo mundialmente. Preparem-se para uma história intrigante sobre puns, arrotos, bovinos e ações pioneiras na luta contra as mudanças climáticas.
Primeira taxação sobre arrotos de vacas do mundo
Imaginem só: imposto sobre os arrotos e peidos de ovelhas e vacas! Isso mesmo, vocês ouviram direito. A Nova Zelândia está fazendo algo inédito e está pronta para cobrar dos fazendeiros por aqueles ‘puns’ ricos em metano que seus amiguinhos peludos produzem. Essa jogada audaciosa tem como objetivo combater uma das mais teimosas fontes de gases de efeito estufa no país, criando um precedente global nunca antes implantado.
Vamos entender melhor essa novidade.
A Nova Zelândia abriga uma população de pouco mais de cinco milhões de pessoas, e adivinhem só? Ela divide esse pedacinho de paraíso com impressionantes 10 milhões de cabeças de gado e surpreendentes 26 milhões de ovelhas. É muita pecuária! E agora vem a revelação: quase metade das emissões totais de gases de efeito estufa do país vem da agricultura, e não estamos falando de CO2. Não senhor, estamos falando do metano, o astuto gás de efeito estufa que os pesquisadores atribuem o aumento da onda de calor planetária.
Combate ao aquecimento global
Mas calma, que a história fica ainda mais emocionante! Num pronunciamento épico, o plano da Nova Zelândia está prestes a fazer história. O país está prestes a se tornar a primeira nação do mundo a cobrar impostos dos fazendeiros pelas emissões de metano produzidas pelo seu gado. É como dar um nó nos chifres (ou nos arrotos) do touro!
Guerreiros contra as mudanças climáticas e entusiastas das políticas, segurem-se, pois até agora as emissões agrícolas passavam despercebidas, ficando de fora do esquema de comércio de emissões da Nova Zelândia. Mas isso é coisa do passado! O governo está levando a sério o combate ao aquecimento global e está colocando o dinheiro onde os gases estão.
A ex-ministra Jacinda Ardern em uma coletiva divulgada no final do ano passado(11/10) disse: “A proposta, como está, significa que os agricultores da Nova Zelândia devem ser os primeiros do mundo a reduzir as emissões agrícolas“, disse Ardern. “Reduzir as emissões ajudará os agricultores neozelandeses a não apenas serem os melhores do mundo, mas os melhores para o mundo.”, completou.
Aperte o play e confira o pronunciamento!
Vale destacar que a líder do parlamento renunciou ao cargo em fevereiro deste ano(07) sob alegação de estar “sem combustível para continuar” (porque será?). Ardern foi eleita primeira-ministra em 2017, aos 37 anos, quando se tornou a chefe de governo mais jovem do mundo. Outra conquista para Nova Zelândia.
Segue o jogo
E sabem o que é pior de tudo isso? o plano de taxar os arrotos da vacas continua ativo e o relógio está correndo. Segundo a proposta, os fazendeiros começarão a pagar por suas emissões gasosas a partir de 2025. Mas não é só pau e pedra. O plano inclui incentivos para os fazendeiros que tomarem medidas para reduzir as emissões – pense em aditivos alimentares e até plantio de árvores nas fazendas para compensar as emissões de metano.
Acontece que essa história fica ainda mais intrigante. Eis que entra em cena Andrew Hoggard, grande produtor de leite e presidente nacional dos Fazendeiros Federados da Nova Zelândia. Ele dá sinal verde para as propostas audaciosas, mas, como em toda boa história, há um porém. Hoggard não hesita em admitir que, embora esteja a bordo com a maior parte do plano, pode haver alguns ajustes a serem feitos ainda. “Estamos trabalhando com o governo e outras organizações nisso há anos para obter uma abordagem que não feche a agricultura na Nova Zelândia, então assinamos muitas coisas com as quais estamos felizes.” Ele complementa “Ainda há as porcas e parafusos a serem martelados, como quem realmente implementa o plano, então ainda há coisas para trabalhar com o governo.“, acrescentou.
Cenas dos próximos capítulos
Os detalhes minuciosos ainda estão sendo acertados, e o caminho à frente está repleto de discussões sobre quem implementará esse plano pioneiro. Ainda assim, o dinheiro arrecadado com esse plano audacioso está sendo previsto para financiar pesquisas, desenvolvimento e serviços de consultoria para os fazendeiros. Não era melhor deixar as vacas arrotarem livremente sem cobranças?
Enfim, no mundo todo, os investidores estão se mobilizando por um setor agrícola mais sustentável. Com o metano assumindo o palco global como um vilão climático, iniciativas como a da Nova Zelândia são um sinal dos novos tempos. Preparem-se para uma montanha-russa climática, porque quando se trata de arrotos de vacas e ovelhas, a Nova Zelândia está liderando o caminho.
Vamos aguardar os desdobramentos dessa taxação inovadora. E aproveito para perguntar, você concorda com esse tipo de cobrança? e quando ela chegará ao Brasil? Escreva nos comentários!
Por Vicente Delgado – AGRONEWS®