Preço da arroba do boi continua em queda e o mercado ainda não está reagindo. O que o pecuarista pode fazer para atravessar essa maré difícil e vencer os desafios?
No quadro Fortalecendo a Pecuária desta semana, Dr. Faber Monteiro, especialista em pecuária de corte, compartilha insights importantes sobre o cenário pecuário atual e como os produtores podem enfrentar os desafios que se apresentam.
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Arroba do boi em queda
Estamos vivendo uma semana desafiadora, e a pergunta que muitos pecuaristas fazem é: o que esperar dos próximos dias e o que podemos fazer para minimizar os impactos deste período difícil? A resposta está em fortalecer a pecuária por meio de estratégias inteligentes e uma mentalidade resiliente.
Embora tenhamos visto um leve aumento no consumo interno no início de agosto, isso não foi suficiente para reverter a grande oferta de animais ao abate. Os frigoríficos continuam formando suas escalas com fluidez, e muitas plantas estão até mesmo retirando-se das compras devido à segurança das escalas já formadas. Diante dessa realidade, é essencial analisar os fatores que estão contribuindo para a pressão de baixa no preço da arroba do boi.
Análise do cenário
Primeiro, a população está enfrentando uma diminuição no poder de compra, o que resulta em baixa demanda no consumo interno. Segundo, a alta oferta de animais é influenciada pelo ciclo pecuário, contribuindo para a saturação do mercado. Terceiro, o dado recentemente divulgado pelo IBGE mostrando recordes na produção de carne nos primeiros meses do ano acrescenta mais oferta ao mercado.
Olhando para frente, há quem acredite que entre setembro e outubro pode haver uma lacuna na disponibilidade de boi gordo, criando uma oportunidade para os pecuaristas. Entretanto, a incerteza paira sobre o cenário. A B3 sinalizou os piores preços dos últimos tempos para setembro, o que requer cautela e conservadorismo.
A resiliência como estratégia
Diante da incerteza do preço da arroba do boi, a resiliência é fundamental. Lembremos de outros momentos desafiadores que superamos no passado e mantenhamos a fé em nossa capacidade de atravessar essa fase. É crucial trabalharmos nossa mentalidade, afastando a negatividade e o pessimismo.
Além da mentalidade forte, a gestão financeira é essencial. Avalie o fluxo de caixa da fazenda, identificando necessidades imediatas e compromissos futuros. Redesenhe o sistema de produção, considerando mudanças na dieta, velocidade de engorda e categorias a serem vendidas.
Preparação para o desconhecido
Devemos estar sempre preparados. Nesse momento, a comunicação entre os pecuaristas deve se intensificar. Grupos de WhatsApp, aplicativos de negociação e instituições do setor são canais para manter-se atualizado sobre as movimentações do mercado e estratégias dos frigoríficos.
Nas negociações, evite fechar negócios sem definição de valor e esteja atento a estratégias dos frigoríficos. Evite antecipar abates sem certeza do preço. É hora de esperar o melhor, mas preparar-se para o pior. Lembre-se de que a pecuária é uma jornada que envolve altos e baixos. Esta não é apenas uma fase difícil, é uma oportunidade para demonstrarmos a nossa capacidade de adaptação e superação. Juntos, continuaremos a fortalecer a pecuária e a trilhar o caminho rumo a um futuro mais estável e promissor.
Se precisar de auxílio ou orientações para fortalecer a sua produção, preencha o formulário abaixo que entraremos em contato.
Por Vicente Delgado – Agronews®