Uma ótima notícia notícia para o setor da apicultura! Mel de aroeira brasileiro terá a chance de alcançar mercados internacionais.
Os produtores de mel de aroeira, no Norte de Minas, foram escolhidos para receberem apoio técnico e financeiro do Committee on Development and Intellectual Property (CDIP), uma organização da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) sediada na Suíça.
Isso significa que eles terão a chance de expandir seus negócios e dar visibilidade ao mel mineiro no mercado internacional. E o mel de aroeira produzido na região é especial! Ele é reconhecido por ser de alta densidade e por ter uma cor escura, além de conter compostos fenólicos com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antimicrobianas, o que fortalece o sistema imunológico humano. E o mel também é raro por não cristalizar facilmente e possuir propriedades fitoterápicas que ajudam no combate à gastrite.
Hoje, a apicultura é uma fonte de renda e emprego para cerca de 1,2 mil famílias em 64 municípios do Norte de Minas, totalizando mais de cinco mil pessoas diretamente envolvidas na atividade. Com 39 mil colmeias, a região tem potencial para produzir mais de 1 mil toneladas de mel por ano, sendo 650 da espécie silvestre e 400 da aroeira.
O presidente da Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas (Coopemapi), Luciano Fernandes, reconhece o valor da região. Ele afirma: “Existe a crença de que o Norte de Minas é muito pobre, mas a realidade não é assim. O mel de abelha demonstrou para nós que é o ‘ouro negro‘. Acreditamos que a gestão da Identificação Geográfica (IG) do mel de aroeira será melhorada, e a produção vai ser ampliada para outras floradas, como abacate, pequi, copaíba, betônica e também café“.
O Sebrae Minas ajudou a viabilizar o processo de inscrição do mel de aroeira no concurso da OMPI, incluindo questionários e demais documentos das denominações de origem para a análise. E em fevereiro deste ano, os apicultores do Norte de Minas obtiveram o registro da Indicação Geográfica (IG) de Denominação de Origem (DO), um selo que reforça a qualidade do produto e traz reconhecimento pelo mercado e pelos consumidores. Desde 2015, o Sebrae Minas vem apoiando a cadeia produtiva.
Sobre o mel de aroeira
O mel de aroeira é um tipo de mel produzido a partir da néctar coletado pelas abelhas em floradas da árvore de aroeira (Myracrodruon urundeuva), também conhecida como pimenteira ou almacega.
Esse tipo de mel é reconhecido por possuir uma cor escura e alta densidade, além de conter compostos fenólicos com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antimicrobianas, o que fortalece o sistema imunológico humano. Ele também é raro por não cristalizar facilmente e possuir propriedades fitoterápicas que ajudam no combate à gastrite. A produção de mel de aroeira é uma fonte importante de renda e emprego para muitas famílias em diferentes regiões do Brasil, especialmente no Norte de Minas Gerais.
Os apicultores mineiros utilizam técnicas de manejo especiais para garantir que as abelhas e o mel não sejam contaminados por fontes próximas ao apiário, como resíduos e efluentes domésticos ou criações de animais confinados. Isso contribui para que o mel do Norte de Minas, especialmente o de cor âmbar escuro e alto teor de compostos fenólicos, seja distinguido pelas suas características e qualidades únicas.
Sobre a OMPI e o CEDIP
A Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) é uma agência das Nações Unidas que tem como objetivo promover a proteção da propriedade intelectual em todo o mundo. Ela foi criada em 1967 e possui sede em Genebra, na Suíça. A OMPI é responsável por administrar três tratados internacionais relacionados à propriedade intelectual: o Tratado de Paris para a Proteção da Propriedade Industrial, o Tratado de Berna para a Proteção das Obras Literárias e Artísticas e o Protocolo de Madri para o Registro Internacional de Marcas.
Além disso, a OMPI também oferece serviços de registro de patentes, marcas e desenhos industriais, bem como de medição da qualidade de plantas. A OMPI trabalha em estreita colaboração com governos, empresas e outras organizações para garantir que a propriedade intelectual seja respeitada e protegida a nível internacional.
Já o Committee on Development and Intellectual Property (CDIP) é um comitê vinculado à OMPI. Ele é responsável por examinar questões relacionadas ao desenvolvimento e à propriedade intelectual, com o objetivo de promover o uso eficaz da propriedade intelectual para o desenvolvimento econômico e social.
O CDIP é composto por representantes de diferentes países e tem uma ampla abrangência geográfica e setorial. Ele realiza reuniões anuais para discutir questões relacionadas ao desenvolvimento e à propriedade intelectual e produz relatórios e recomendações para a Assembleia Geral da OMPI. O CDIP também é responsável por promover a cooperação internacional em questões relacionadas ao desenvolvimento e à propriedade intelectual e por apoiar países em desenvolvimento na implementação de políticas e práticas eficazes de propriedade intelectual.
Por Vicente Delgado – AGRONEWS®